EDUCAÇÃO EM FOCO


SOBRE CONTOS DE FADAS

Pode-se dizer que os Contos de Fadas, na versão literária, atualizam reinterpretam, em suas variantes questões universais,os sentimentos humanos: como os conflitos do poder  e a formação de valores, misturando realidade e fantasia, no clima do “Era uma vez...”
Por lidarem com conteúdos da sabedoria popular, com conteúdos essenciais da condição humana, é que esses contos de fadas são importantes, perpetuando-se até hoje. Neles   encontramos   o amor, os  medos, as   dificuldades   de   ser   criança,as   carências(materiais e afetivas) as  auto-descobertas, as perdas, as buscas, a solidão e o encontro.
Os Contos de Fadas caracterizam-se pela presença  do elemento “fada”. Etimologicamente, a palavra fada vem do latim fatum (destino, fatalidade, oráculo).Tornaram-se conhecidas como seres fantásticos ou imaginários de grande beleza que se apresentavam sob forma de mulher. Dotadas de virtudes e poderes sobrenaturais, encarnam o mal ao apresentarem-se como o avesso da imagem  anterior, isto é como bruxas. Vulgarmente se diz  que fada e bruxa são formas simbólicas da eterna dualidade da mulher, ou da condição feminina.Junto as fadas vivenciamos o maravilhoso, as metamorfoses (abóboras que viram carruagens e ratos que viraram cocheiros), rumo  a um baile, e para os braços de um formoso príncipe,de um maravilhoso reino.Junto às bruxas, vivenciamos o terror de ir imaginarmo-nos dentro do caldeirão da casa de doces de João e Maria.
 Dos contos universais, destacamos os contos dos Irmãos Grimm, de Andersem e de Charles Perrault, todos oriundos da tradição oral e de certa forma registros dos valores que se aspiravam em outras  décadas.Conservados através dos séculos nas suas palavras encantadas.
Segundo Bruno Bettelheim, “enquanto diverte a criança, o conto de fada a esclarece sobre si mesma, e favorece o desenvolvimento de sua personalidade. Oferece significado em tantos níveis diferentes, e enriquece a existência da criança de tantos modos que nenhum livro pode fazer justiça à multidão e diversidade de contribuições que esses contos dão à vida da criança.”
A Literatura está no mundo assim como um mundo de acontecimentos e fatos diversos estão na Literatura Universal. Robert  Darnton diz:” que  apesar da  guerra,das epidemias e da fome através dos tempos os contos   sobreviveram.” Para se  entender melhor essa afirmativa, é bom ler o livro: O Grande Massacre de Gatos,essa obra  faz uma travessia fenomenal através da cultura do século XVIII, analisando diversas obras  e deixando claro de que para algumas questões da literatura não temos respostas definitivas. Isso não invalida a literatura, pelo contrário nos instiga a querer ler e aprender mais e mais sobre a Literatura Infanto - Juvenil Universal. Cabe a todos nós preservar a   tradição oral que envolve os Contos de Fadas, para que a humanidade, consiga através dos tempos reconhecer que o que tem de mais precioso, é a sua capacidade de criação e o seu poder e transcendência temporal.  

 Por Rosana Andréia da Silva Soares
                       Especialista em Educação Infantil

EDUCADORES NECESSITAM DE NOVA POSTURA PERANTE OS JOVENS

Maria Elisabeth Alves Mesquita1
 Com relação a convivência entre professor e aluno e as discussões acerca deste assunto são sempre repetitivas e raramente são seguidas de ações, julgando existir vários fatores burocráticos que estagnam a educação no Brasil. Nas instituições de ensino atuais vem ocorrendo fatos de desrespeito humano com professores, ou seja, não existe mais aquela antiga visão de professor como autoridade, os alunos os desafiam com tranqüilidade e os limite criados para controle da paz escolar como: advertências, suspensões, conversas com psicólogos ou pedagogos não causam resultados plausíveis. Neste trabalho, trazemos alguns exemplos de difícil convivência entre a comunidade escolar, e da uma nova postura da maioria de nossos educadores atuais que ainda não conscientizaram da importância da relação humana, sendo preciso cuidá-las e cultivá-las para que as relações sejam espaço de crescimento das pessoas em direção da sua autonomia.

Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para a sua produção ou a sua construção” (FREIRE,1999)
Na educação brasileira está ocorrendo inúmeras discussões em relação ao social. Algumas expressões passam a ser comuns em nossos diálogos, como “relações humanas”, responsabilidade social, consciência social e questão. E a educação traz diversos problemas com relação a esta convivência social. Aqui daremos ênfase na relação de convivência entre aluno (jovem e adolescente) e professor.

Observamos que o relacionamento entre professor e aluno está ultrapassado, e o antigo autoritarismo não se encaixa em nossos padrões de sociedade atual. E, se estamos no mundo vivendo e convivendo socialmente, é necessário transformar ou mesmo inovar as técnicas antigas de ensino e principalmente dar novas formas para as relações humanas, que se perdem em novos valores materiais impregnados em nosso meio social.

O meio educacional possui um novo perfil, em que instituições públicas esforçam para sanar as disparidades existentes entre as classes sociais, investindo em ações para atrair jovens para o estudo, e não somente para o trabalho, impedindo a desistência escolar. Ao passo que algumas instituições particulares abandonam o caráter social e deixam de formar cidadãos, para formar verdadeiras “máquinas de passar no vestibular”, pois este fato traz mérito à escola.

“A ideologia da classe dominante, portanto, valoriza o desempenho e a terminalidade escolares. As pessoas, que possuírem as melhores e mais exigentes qualificações escolares, terão melhores oportunidades de bons empregos e bons salários” (NOSELLA,1978)
Com a preocupação social, estes problemas podem ser sanados e os jovens terão maior ênfase para o estudo, não somente para ter um futuro promissor, mas para serem compreendidos como cidadãos e de voz ativas na sociedade.

Os jovens estão buscando novas relações com a escola, com os amigos, e em relação aos pais eles reclamam de por mais liberdade, mesmo tendo toda a liberdade que eles têm. É uma questão dos jovens o compromisso com uma liberdade ilimitada, de não ter limites e a necessidade de ser notado é típico da juventude, por pura carência de atenção, e a nova descoberta de que está no mundo e o mundo deve enxergá-lo.

Dentre estas relações com a escola, iremos mostrar fatos ocorridos no ensino fundamental em uma escola pública de Aparecida de Goiânia, GO comprovando os problemas de desrespeito a figura do professor nas unidades escolares desta cidade. Fizemos um levantamento de fatos e iremos descrever alguns em nível de exemplo da situação de nossos jovens. Desde já, deixamos claro que os problemas não foram resolvidos, porém o despertar para a crítica e a busca intensa de uma relação mais humana entre professor e alunos fez com que este trabalho fosse escrito, no âmbito da inquietude e não aceitação da realidade vivenciada diariamente.

O primeiro fato deve a insatisfação com professores que exigem maior ordem na escola, contra estes foram feitos abaixos - assinados, entre 2003 ao mês atual foram quatro. Os comentários em sala de aula são quase que inacreditáveis, e alguns não ficam somente em comentários como o fato de pneus furados, velas de motor de moto retiradas, carros apedrejados, ameaças para professores, aluno que cuspiu no rosto de uma professora, aluno que sai da sala quando certo professor entra em sala e casos de brigas e ataques verbais são diários.

Perante esta realidade que muitos dirão ser normal e muitas das vezes taxam o jovem como o vilão da história, o questionamento deve circundar em torno de onde estão os valores e respeitos humanos? Discutir se os jovens são os errados, não é prioridade de nossa discussão partindo do preceito de que eles estão inseridos em diferentes sociedades e de como o meio interferiu na sua conduta atual. Contudo, trataremos as ações para modificar esta realidade que estão no incentivo às relações humanas pautadas nos valores de respeito mútuo que podem ser trabalhadas por educadores em todas as disciplinas, dando ênfase ao crescimento da auto - estima do jovem em situação escolar. A criatividade desenvolvida e aplicada em cada realidade deve ser algo visível e prático, e a curiosidade para testar novas tendências de relações sociais seria um bom início.

“Não haveria criatividade sem a curiosidade que nos move e que nos põe pacientemente impacientes diante do mundo que não fizemos, acrescentando a ele algo que fazemos” (FREIRE, 1999)
Educadores necessitam de abandonar a ideologia da escola como segundo lar, daquele lugar onde as condições sociais e econômicas dos alunos não teriam a menor importância. É conhecimento comum que os tempos modificaram e os jovens são outros, então não há motivo de mantermos a mesma postura e fazer comparações com o passado e aumentar o desespero perante ações dos educandos. Temos que ter ações coligadas com a realidade e anseios de nossos jovens inseridos em um mundo tecnológico e dinâmico. Segundo Brandão (1981) esta é a esperança que se pode ter na educação, o desesperar da ilusão de que todos os avanços e melhoras dependem apenas de seu desenvolvimento tecnológicos. Acreditar que o ato humano de educar existe tanto no trabalho pedagógico que ensina na escola quanto no ato político que luta na rua por um outro tipo de escola, para um outro tipo de mundo estando direcionado nas relações sociais com valores humanos.

Afirmar que professores não trabalham os valores humanos é algo generalizado, porém , dizer que a maioria inexiste nesta prática e outra parte tentou mas desistiu é fato que não precisa de estatísticas, a realidade é prova visual. Os professores são a própria arma de luta para a reavaliação do papel da escola para os jovens de nossa sociedade. Pois segundo Libâneo (2001) o ensino, mais do que promover a acumulação de conhecimentos,, cria modos e condições de ajudar os alunos a se colocarem ante a realidade para pensá-la e atuar nela.

A grande possibilidade que a gente tem, hoje, de mudança é de ter relações mais espontâneas, mais criativas para aumentar o interesse de nossos jovens para com a escola e melhorar as relações de convivência entre aluno e professor.

AUTORA

1Geógrafa , professora de ensino fundamental e dinamizadora pedagógica do município de Aparecida de Goiânia, GO. UEG – Universidade Estadual de Goiás - geo.elisabeth@bol.com.br

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O que é educação? 1ª ed. Ed. Brasiliense, São Paulo, SP, 1981.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. Coleção Leitura, Ed. Paz e Terra S/A, São Paulo, SP, 1999.

LIBÂNEO, José Carlos. Adeus professor, adeus professora? Novas exigências educacionais e profissão docente. 5ª ed. Ed. Cortez São Paulo, SP, 2001.

NOSELLA, M. L. C. D. As belas mentiras – A ideologia subjacente aos textos didáticos. 1ª ed. Ed. Cortez & Moraes, São Paulo, SP, 1978.


ENSINO CONTEUDISTA

Estou fazendo pedagogia...E estou sentindo isso na pele...infelizmente...


Ensino conteudista versus Escola atual
'A Sociedade Atual e Futura não concebe mais indivíduos passivos - em todos os sentidos - e é exatamente o que o Ensino Conteudista produz...'

Há pouco mais de duas décadas houve uma inversão de valores na Educação, a qual estamos combatendo hoje em dia.
Foi quando se optou por um Ensino extremamente conteudista; ou seja, que valorizava uma quantidade enorme de informações aos alunos, sem que houvesse a preocupação com o desenvolvimento do raciocínio, nem com a Cultura Geral, propriamente dita.
Felizmente, nesses últimos anos, notamos uma preocupação cada vez maior dos grandes Intelectuais da Educação com esse desenvolvimento do raciocínio e com a Cultura Geral do aluno, desenvolvendo-o em todas as suas potencialidades, além de trabalhar também os Conteúdos necessários.
Isso se nota inclusive - e principalmente - nos Princípios e Fins da LDB 9394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 20/12/96).
Nesse sentido, a valorização da pesquisa e do saber científico é extremamente importante em todas as disciplinas - porém, as disciplinas de Ciências e Matemática, desde as 1as. Séries do Ensino Fundamental, têm especial responsabilidade.
Proporcionar à criança um ambiente favorável à descoberta através de muita pesquisa científica é dever do Educador moderno.
Desse modo, o aluno percorre o caminho semelhante ao dos Cientistas, para comprovarem suas teorias.
É recompensador para qualquer Educador participar e observar a vibração dos alunos à cada descoberta!
A oportunidade dos Pais e demais pessoas da Sociedade de participarem dessa vivência está, por exemplo, nas Feiras de Ciências realizadas por Escolas Dinâmicas e Atuais - desde que nessas Feiras seja dada aos alunos a oportunidade de demonstrar o que aprenderam, inclusive com suas explicações - simples, mas verdadeiras!
É também papel da Sociedade e, principalmente dos Pais, incentivar e mostrar interesse pela aprendizagem dessas crianças que refletem a futura geração que está aí.
A Sociedade Atual e Futura não concebe mais indivíduos passivos - em todos os sentidos - e é exatamente o que o ensino conteudista produz: 
alunos passivos, que absorvem quantidades de informações que serão cobradas posteriormente 'ao pé da letra' e que são esquecidas tempos depois, por terem sido transmitidas com muita rapidez e superficialidade.Por outro lado, a Educação Moderna defende o ensino compartilhado com o aluno, que dê prazer - tanto de ensinar, como de aprender - indo de encontro à realidade e necessidade do mesmo (sem prejuízo de conteúdos, evidentemente) e, portanto, com mais significado e com menor risco de ser esquecido, uma vez que o conhecimento fica sedimentado.
A Evolução Humana está nas mãos dos Educadores Atuais!
Convido toda a Sociedade a valorizar e a cobrar essa nova postura.

Giselle Castro Fernandes
Psicopedagoga e Professora de Prática de Ensino (ITU/São Paulo)
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